O presidente da Comlurb, Jorge Arraes, vai apresentar os projetos bem-sucedidos de gestão de resíduos no Rio de Janeiro no Workshop “Too Good to Waste”, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Buenos Aires, Argentina, nos dias 27 e 28 de outubro. O evento é uma prévia setorial para a COP30, Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que acontece em novembro, em Belém, no Pará. A iniciativa “Too Good to Waste” visa reduzir as emissões de metano na América Latina e no Caribe, por meio da melhoria da gestão de resíduos sólidos. A iniciativa é financiada pelo Global Methane Hub e pelo fundo multidoador do BID, AquaFund.
A apresentação de Arraes vai incluir os projetos sustentáveis desenvolvidos no EcoParque do Caju, o lançamento do aterro de inertes em Gericinó e a nova frota para coleta domiciliar movida a biometano. No EcoParque funciona a Unidade de Biometanização, que transforma resíduos orgânicos em biogás, convertido em energia elétrica e em um super adubo, chamado Fertilurb, usado pela Prefeitura em programas de agricultura urbana e manutenção de parques, praças e jardins. Parte dos orgânicos vem das escolas municipais, uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação, para segregação desses resíduos na própria cozinha das escolas pelos Agentes de Preparo de Alimento (APAs).
Lá também funciona o primeiro Banco de Alimentos da cidade, que redistribui alimentos hortifruti doados pelo Zona Sul, beneficiando famílias em situação de insegurança alimentar e nutricional. Atualmente, o EcoParque gera energia suficiente para se auto manter e ainda abastecer o veículo elétrico que faz o transporte dos produtos do Banco de Alimentos. Com isso, os projetos desenvolvidos no local fecham o ciclo da economia circular.
Arraes também vai apresentar o primeiro aterro exclusivo para receber Resíduos da Construção Civil (RCC), inaugurado no último dia 17 de outubro, em Gericinó, na Zona Oeste. Nesta etapa inicial, com 40,6 mil m2, o local tem capacidade para receber até 250 toneladas/dia de resíduos da construção civil. Em até cinco anos, poderá receber cerca de 480 mil toneladas de resíduos, o que equivale a 128 piscinas olímpicas cheias de entulho. A princípio, os resíduos serão aterrados, mas há a previsão para que, até o segundo semestre de 2027, seja implantada, no mesmo local, uma Usina de Beneficiamento de RCC que irá processar os resíduos e transformá-los em insumos para a construção civil (pó de pedra, bica corrida, brita e rachão).
A Comlurb deu início ao processo de descarbonização ao adquirir uma nova frota de 100 caminhões compactadores, movidos a biometano, que serão abastecidos com o combustível renovável produzido a partir do lixo gerado no próprio município, no Centro de Tratamento de Resíduos (CTR-Rio), em Seropédica. Os novos caminhões serão usados na coleta domiciliar.